O boom tecnológico modificou hábitos em toda a sociedade e transformou as rotinas de atividades nas mais diferentes áreas. Nos últimos anos, esse processo se acelerou ainda mais e impactou profundamente as relações de trabalho, a educação e o dia a dia das pessoas, que passaram, por exemplo, a consumir e a utilizar os serviços disponíveis no ambiente digital com maior frequência. No caso das escolas, as metodologias ativas de aprendizagem, que já vinham revolucionando as dinâmicas em sala de aula, ganharam ainda mais destaque com a necessidade de implantação do ensino remoto e híbrido.
Nesse contexto, as metodologias ativas se tornaram aliadas essenciais do processo de ensino e aprendizagem, afinal, são responsáveis por garantir aos estudantes o papel de produtores de conhecimento. Na prática, crianças e adolescentes passaram a ser peças-chave nas atividades desenvolvidas no ambiente escolar, assumindo uma função ativa na construção das mais diversas iniciativas propostas pelos professores e demais profissionais da educação.
O método tradicional, que priorizava o protagonismo do professor como o detentor da informação e dos saberes, não fazia mais sentido diante de uma geração altamente conectada e com fácil acesso aos mais diferentes conteúdos por meio das telas. As metodologias ativas abrem um leque de possibilidades que vai muito além da lousa e do giz e garantem aos alunos o empoderamento necessário no desenvolvimento do aprendizado.
Vale ressaltar que as metodologias ativas se tornaram ferramentas fundamentais para potencializar a interação e o engajamento dos estudantes nas escolas. A adoção dessas práticas faz com que a sala de aula deixe de ser um espaço distante da realidade de meninos e meninas, o que favorece ricas trocas de experiências e garante às crianças e aos adolescentes o protagonismo na jornada de aprendizado e desenvolvimento da cidadania.
Afinal, como entender o conceito de metodologias ativas de aprendizagem?
As metodologias ativas são pré-requisitos apontados nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que determina a necessidade de o aluno ser protagonista do processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, se tornam um instrumento essencial para que os estudantes consigam conduzir o próprio desenvolvimento educacional, em contraposição ao clássico modelo de ensino em que o professor era o detentor exclusivo do conhecimento.
Pode ser um grande desafio superar o tradicional formato das aulas expositivas, seguidas de provas e trabalhos, para dar espaço a um modelo em que o aluno passa a ter uma atitude ativa no processo de aprendizado. Esse perfil mais autônomo e participativo é garantido pelas metodologias ativas.
O termo surgiu pela primeira vez em 1991, quando foi publicado o livro Active Learning: Creating Excitement in the Classroom, escrito pelos professores Charles Bonwell e James Eison. Por meio das metodologias ativas, o ensino foca em práticas baseadas em diferentes conceitos de forma dinâmica, interativa e com significativo engajamento de educadores e estudantes. Além disso, essas práticas educativas podem ser realizadas de diferentes maneiras e garantem um feedback rápido. A intenção é que o conhecimento realmente seja incorporado pelos alunos.
Nesse processo, professores e alunos estreitam os vínculos existentes e criam outros por meio das metodologias ativas. Há uma sinergia que favorece a interação e participação ativa de todos no processo de ensino e aprendizagem.
Com as metodologias ativas, os professores tornam-se mediadores, ou seja, orientam e conduzem os alunos na solução de problemas, na elaboração de ideias e de argumentos e nas mais variadas atividades. Esse modelo de trabalho favorece o desenvolvimento de competências como a proatividade, a responsabilidade e a ética.
Para compreender melhor o tema, é fundamental saber como funciona a pirâmide de aprendizagem, concebida pelo psiquiatra estadunidense William Glasser. Por meio dos trabalhos do estudioso, que também se dedica a questões relativas à saúde mental, à educação e ao comportamento, é possível adotar uma nova forma de aprender.
Em seu trabalho, Glasser mostra que, com as metodologias ativas, é possível fazer com que os estudantes se desenvolvam mais e aprendam melhor. A seguir, conheça o que apresenta a pirâmide do estudioso:
A leitura está no topo da pirâmide e representa 10% da aprendizagem.
A absorção do conteúdo, quando o aluno apenas ouve, corresponde a 20% do aprendizado.
Ao assistir a uma videoaula, o aluno assegura 30% do aprendizado.
Ao escutar e ver simultaneamente, o estudante tem 50% de aprendizado.
Ao participar de discussões e debates sobre os mais variados temas, meninos e meninas garantem 70% do aprendizado.
A prática de exercícios de fixação garante 80% do aprendizado.
A base da pirâmide, responsável por 95% do aprendizado, diz respeito ao ato de ensinar determinado conteúdo a alguém.
Com a análise desses dados, fica evidente como as metodologias ativas garantem uma aprendizagem mais eficaz aos estudantes. Em comparação com o modelo tradicional, as metodologias ativas apresentam inúmeras vantagens e asseguram resultados mais efetivos.
Benefícios das metodologias ativas de aprendizagem para os alunos
Os estudantes agem com mais autonomia no processo de aprendizagem.
Quando são empoderados e protagonistas da própria jornada de produção do conhecimento, os estudantes desenvolvem também a confiança.
As rotinas no ambiente escolar e o aprendizado tornam-se mais interessantes e tranquilos com o engajamento dos estudantes.
O estudante adquire autonomia para solucionar problemas.
Futuramente, serão profissionais mais qualificados e valorizados.
Vantagens das metodologias ativas para as escolas
Garantem o interesse nos conteúdos e a satisfação dos estudantes com as dinâmicas propostas em sala de aula.
Asseguram uma percepção positiva dos alunos em relação à escola.
Promovem o reconhecimento da instituição de ensino, que pode se tornar referência no mercado.
Favorecem o aumento da atração, da captação e da retenção dos alunos.
Quais tipos de metodologias ativas de aprendizagem podem ser aplicadas na escola?
1. Aprendizagem baseada em projetos
Essa metodologia ativa tem o objetivo de fazer com que os estudantes adquiram conhecimento por meio da resolução de desafios colaborativamente. Nesse processo, eles se dedicam a avaliar as possíveis soluções em um contexto específico.
Durante esse trabalho dinâmico, meninos e meninas se tornam agentes ativos do processo de produção do conhecimento e desenvolvem também o senso crítico. Com autonomia, os estudantes devem receber constantes feedbacks dos professores, pois dessa forma podem avaliar erros e acertos ao longo do trabalho. A interação e o engajamento de todos os agentes envolvidos no espaço escolar garantem excelentes resultados.
2. Aprendizagem baseada em problemas
Fundamental para a preparação para o mercado de trabalho, essa metodologia faz com que o aluno tenha condições de elaborar o aprendizado conceitual, procedimental e atitudinal utilizando os problemas propostos. Nesse cenário, o estudante se vê diante de situações motivadoras.
Na aprendizagem baseada em problemas, as atividades são focadas em questões teóricas voltadas à resolução de casos, de modo pertinente e interessante.
3. Estudo de caso
Trata-se de uma excelente oportunidade para os alunos adquirirem conhecimento diante de soluções com um certo grau de complexidade. A resolução de problemas reais oferece grandes ensinamentos e experiências primordiais para as suas vidas.
4. Sala de aula invertida
Bastante eficaz, essa metodologia híbrida faz com que o aprendizado comece antes das atividades no espaço escolar. Em casa, o aluno estuda os conceitos fundamentais com o apoio dos materiais disponibilizados pelo professor; na sala de aula, o estudante incrementa a construção do saber por meio de atividades, discussões e debates. O estímulo à autonomia faz com que o aluno adquira conhecimentos antecipadamente.
5. Aprendizagem entre pares e times
Como o próprio nome sugere, trata-se da formação de duplas ou grupos para proporcionar momentos de aprendizado em equipe. Esse modelo é fundamental para que haja o compartilhamento de ideias.
A troca favorece o pensamento crítico, que nasce, sobretudo, por meio da construção conjunta do conhecimento. Esse instrumento favorece a elaboração de discussões embasadas e a compreensão e aceitação de opiniões divergentes.
6. Gamificação
Trata-se de uma metodologia ativa bastante eficaz para transformar as rotinas em sala de aula. Esse modelo proporciona muitos benefícios, como a colaboração, a interação e o compartilhamento, estimulados por meio de elementos e princípios dos jogos eletrônicos.
Confira alguns exemplos:
Utilização de jogos e aplicativos: há inúmeras opções disponíveis no mercado, inclusive gratuitas.
Plataformas de ensino: o SAE Digital, por exemplo, oferece soluções de tecnologia educacional para todas as etapas da educação básica. O Ambiente de Aprendizagem Virtual (AVA) é um dos destaques.
Criatividade faz a diferença: é possível se apropriar do universo dos games e criar caminhos que não exigem recursos tecnológicos. Uma possibilidade é apostar nos elementos do RPG para promover disputas e outros desafios em sala de aula.
Fonte: SAE Digital
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